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Rastreamentos no Pré-Natal

Sífilis, HIV, Hepatites, GBS e Diabetes Gestacional

Pacote de Rastreamentos Gestacionais: Gestantes constituem grupo com rastreamentos específicos visando proteger saúde materna e principalmente prevenir desfechos adversos fetais. Protocolo regido pelo Manual Técnico de Gestação de Baixo Risco (atualização em andamento).

Rastreamento de Sífilis no Pré-natal

dez. de 2025

Brasil enfrenta epidemia de sífilis: 21,6 casos/100mil habitantes e 8,2 casos de sífilis congênita/1000 nascidos vivos (2021). A transmissão vertical da sífilis permanece desafio prioritário de saúde pública. Protocolos 2025 enfatizam teste rápido DUO (HIV+Sífilis simultâneo) na 1ª consulta de pré-natal, repetição na 28ª semana (início 3º trimestre) e no momento do parto para capturar reinfecções.

Dados Epidemiológicos

Incidência
Sífilis gestacional: 21,6 casos/100mil habitantes (2021); tendência de aumento 300% entre 2010-2021
Mortalidade
Óbito fetal/neonatal: ~30-40% dos casos de sífilis congênita não tratados
Prevalência/Situação
Sífilis congênita: 8,2 casos/1000 nascidos vivos (2021), taxa 41x superior à meta OMS (<0,5/1000). Distribuição heterogênea: Norte/Nordeste com taxas 2-3x maiores que Sul/Sudeste

Fontes Epidemiológicas

Comparação: Rastreamento de Sífilis no Pré-natal

Convergência Total

Sistema Único de Saúde

Protocolo Ministério da Saúde

População-alvo
Todas as gestantes (100% de cobertura obrigatória) + parceiros sexuais
Método
Teste rápido DUO treponêmico (HIV+Sífilis simultâneo) OU teste rápido isolado para sífilis OU VDRL. Se teste rápido positivo: confirmar com VDRL quantitativo (titulação para seguimento). Tratamento imediato com penicilina benzatina se positivo, sem aguardar confirmação
Periodicidade
1ª consulta pré-natal (1º trimestre), 28ª semana gestacional (início 3º trimestre), e no momento do parto/curetagem (três testagens obrigatórias mínimas). Repetir mensalmente se exposição de risco ou parceiro não tratado
Cobertura Atual
~90% fazem testagem inicial no pré-natal; ~80% repetem no 3º trimestre; <60% realizam testagem no parto (lacuna crítica). Meta: 100% cobertura nas três testagens
Justificativa Técnica
Sífilis na gravidez não tratada causa: aborto espontâneo (40%), óbito fetal (30%), prematuridade (20%), sífilis congênita (100% se não tratada). Tratamento adequado com penicilina benzatina reduz transmissão vertical para <2%. Testagem tripla obrigatória visa capturar: (1) infecções prévias não diagnosticadas; (2) infecções adquiridas durante gestação; (3) reinfecções (40% das gestantes com sífilis têm reexposição)

Sociedades Médicas

FEBRASGOSBP
População-alvo
Todas gestantes (triagem universal) + parceiros
Método
Teste rápido treponêmico (preferencialmente DUO HIV+Sífilis) confirmado com VDRL quantitativo + FTA-ABS se necessário
Periodicidade
1º trimestre, 28ª semana (3º trimestre), parto/curetagem. Adicionar testagens mensais se paciente com risco contínuo (múltiplos parceiros, parceiro não tratado, uso de drogas)
Recomendação Detalhada
FEBRASGO 2024 reforça: tratamento imediato com penicilina benzatina mesmo antes da confirmação sorológica (janela terapêutica crítica). SBP enfatiza: tratar parceiro simultaneamente (40% de reinfecções por parceiro não tratado). Notificação compulsória de sífilis gestacional e congênita (SINAN)
Análise de Convergência

Convergência total entre MS e sociedades médicas. Consenso sobre triagem tripla obrigatória, tratamento imediato com penicilina benzatina e necessidade de tratar parceiros. Desafio operacional: disponibilidade de penicilina benzatina (desabastecimento intermitente 2020-2023, normalizado 2024-2025) e adesão a testagem no parto (realizada em <60% dos partos). Meta nacional: eliminar sífilis congênita como problema de saúde pública (reduzir para <0,5 casos/1000 nascidos vivos)

Rastreamento de HIV no Pré-natal

dez. de 2025

CONQUISTA HISTÓRICA 2025: Brasil alcançou certificação da OMS/OPAS para eliminação da transmissão vertical do HIV como problema de saúde pública, mantendo taxa de transmissão <2% e <0,5 casos/1000 nascidos vivos. Diagnosticar HIV na gestação permite terapia antirretroviral (TARV) imediata que reduz transmissão vertical de ~20-40% (sem tratamento) para <1% (com tratamento adequado). Protocolo 2025 preconiza testagem universal no 1º trimestre, 3º trimestre e intraparto, com início imediato de TARV independente de CD4 ou carga viral.

Dados Epidemiológicos

Incidência
Estimativa: 8.000-10.000 gestantes HIV+ diagnosticadas/ano no Brasil (prevalência 0,4-0,5% das gestantes)
Mortalidade
Transmissão vertical: <2% com tratamento adequado (meta OMS atingida em 2025); 20-40% sem tratamento
Prevalência/Situação
Cobertura pré-natal: >95%; Testagem HIV no pré-natal: >97%; TARV em gestantes HIV+: >95%; Taxa de transmissão vertical: <2% (certificação OMS 2025 para eliminação como problema de saúde pública). Brasil é o 1º país da América Latina com >100 milhões habitantes a atingir meta de eliminação

Fontes Epidemiológicas

Comparação: Rastreamento de HIV no Pré-natal

Convergência Total

Sistema Único de Saúde

Protocolo Ministério da Saúde

População-alvo
Todas as gestantes (100% de cobertura obrigatória), independente de fatores de risco
Método
Teste rápido DUO (HIV+Sífilis simultâneo) OU teste rápido isolado anti-HIV (4ª geração preferencial, detecta antígeno p24 + anticorpos) OU ELISA na 1ª consulta. Se teste rápido reagente: confirmar com imunoensaio + carga viral. Teste intraparto obrigatório se sem resultado prévio ou última testagem >30 dias
Periodicidade
1ª consulta pré-natal (1º trimestre), 28ª semana gestacional (início 3º trimestre), e intraparto (teste rápido obrigatório no momento da admissão para parto se sem resultado do 3º trimestre ou última testagem >30 dias)
Cobertura Atual
>97% fazem testagem inicial no pré-natal; ~85-90% repetem no 3º trimestre; >90% testagem intraparto. Cobertura TARV em gestantes HIV+: >95%
Justificativa Técnica
Testagem dupla (1º + 3º trimestre) detecta: (1) Infecções prévias não diagnosticadas; (2) Soroconversões durante gestação (janela imunológica, exposição recente). TARV iniciada antes do parto + AZT EV intraparto + profilaxia neonatal (AZT xarope 4 semanas) reduz transmissão vertical para <1%. Teste intraparto crítico para mães sem diagnóstico prévio (AZT EV profilático se positivo, cesárea eletiva). Brasil mantém >95% cobertura pré-natal e >97% testagem HIV no pré-natal (2023)

Sociedades Médicas

FEBRASGOSBPSBI (Sociedade Brasileira de Infectologia)
População-alvo
Todas gestantes (triagem universal)
Método
Teste rápido anti-HIV (preferencialmente DUO HIV+Sífilis) no 1º e 3º trimestre + intraparto (obrigatório se sem resultado prévio). Confirmar teste rápido reagente com imunoensaio 4ª geração + carga viral HIV
Periodicidade
1º trimestre, 28ª semana (3º trimestre), intraparto. Testagens adicionais mensais se gestante com exposição de risco contínua (parceiro HIV+ sem supressão viral, múltiplos parceiros, uso de drogas injetáveis)
Recomendação Detalhada
FEBRASGO 2024 enfatiza: início imediato de TARV (preferencialmente dolutegravir + tenofovir + lamivudina) ao diagnóstico, independente de CD4 ou carga viral, com meta de supressão viral (CV <50 cópias/mL) antes do parto. Se CV >1000 cópias/mL próximo ao parto: cesárea eletiva 38 semanas + AZT EV intraparto. SBP reforça: profilaxia neonatal com AZT xarope 4 semanas + suspensão de amamentação (fórmula infantil fornecida pelo SUS até 6 meses)
Análise de Convergência

Convergência total entre MS e sociedades médicas. Consenso sobre triagem universal tripla (1º trimestre, 3º trimestre, intraparto), início imediato de TARV ao diagnóstico, e profilaxia neonatal. SUCESSO DO PROGRAMA: Brasil certificado pela OMS em 2025 por eliminar transmissão vertical do HIV como problema de saúde pública, mantendo taxa <2% de transmissão e <0,5 casos/1000 nascidos vivos. Desafios persistentes: adesão à TARV durante gestação (10-15% perdem seguimento), testagem intraparto em partos domiciliares/sem assistência (<3% dos partos, mas concentram 15-20% das transmissões verticais)

🎯 Meta: Zerar Transmissão Vertical

O Brasil aderiu às metas OMS de eliminação da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B.

HIV
Redução de 20-40% → <1% com TARV
Sífilis
Prevenir ~100% com tratamento até 30 dias antes do parto
Hepatite B
Redução de 90% → <5% com profilaxia