Rastreamentos em Pediatria

Saúde Infantil

Triagem precoce de Transtorno do Espectro Autista (TEA), avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor, prevenção de anemia ferropriva e detecção de problemas visuais. Implementação universal do M-CHAT-R para TEA aos 16-30 meses, aproveitando a janela de neuroplasticidade para intervenções precoces com evidências robustas (grau A).

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Protocolos

M-CHAT-R

TEA Universal

2025

Atualizado

Q1

Padrão

Neurodesenvolvimento
Visão
Anemia
Puericultura

Rastreamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA)

set. de 2025

O autismo afeta ~1% das crianças brasileiras. Intervenções comportamentais intensivas antes dos 3 anos melhoram cognição, linguagem e autonomia futura.

Dados Epidemiológicos

Incidência
~1% das crianças
Prevalência/Situação
Dados nacionais consolidados em construção

Fontes Epidemiológicas

Comparação: Rastreamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Convergência Total

Sistema Único de Saúde

Protocolo Ministério da Saúde

População-alvo
Todas as crianças de 16 a 30 meses de idade
Método
Questionário M-CHAT-R (20 perguntas aos pais)
Periodicidade
Uma vez entre 1½ e 2½ anos (geralmente na consulta dos 18 meses)
Cobertura Atual
Novo protocolo (Set/2025) - cobertura será medida via registros e-SUS
Justificativa Técnica
Detectar riscos de TEA já aos 18 meses possibilita iniciar estimulação precoce aproveitando neuroplasticidade da primeira infância.

Sociedades Médicas

SBP
População-alvo
Todas as crianças aos 18 e 24 meses
Método
M-CHAT-R ou outros instrumentos validados
Periodicidade
Aos 18 meses (recomendação primária)
Recomendação Detalhada
SBP já orientava uso de instrumentos de triagem de desenvolvimento/TEA antes da diretriz oficial.
Análise de Convergência

Convergência recente. A triagem universal foi adotada pelo MS em linha com AAP/CDC e com apoio de SBP. Alinhamento total em método e idade.

Rastreamento de Dislipidemia em Crianças e Adolescentes

dez. de 2025

Rastreamento de dislipidemias na infância com foco em prevenção de aterosclerose e detecção precoce de dislipidemias genéticas, especialmente Hipercolesterolemia Familiar (HF). HF afeta ~1% da população brasileira (1:200-500 indivíduos) e é massivamente subdiagnosticada. A prevenção cardiovascular inicia-se na infância através da promoção de hábitos saudáveis e identificação de fatores de risco modificáveis.

Dados Epidemiológicos

Incidência
Rastreamento em cascata identifica 50% de casos adicionais em familiares de 1º grau, 25% em 2º grau, 12,5% em 3º grau
Mortalidade
HF não tratada aumenta risco cardiovascular 20x. Detecção e tratamento precoce (estatinas desde 8 anos) previnem eventos cardiovasculares prematuros
Prevalência/Situação
HF afeta ~1% da população brasileira (1:200-500 indivíduos), mas é massivamente subdiagnosticada. Dislipidemias secundárias (obesidade, sedentarismo) crescem em paralelo à epidemia de obesidade infantil (~15% das crianças brasileiras)

Fontes Epidemiológicas

Comparação: Rastreamento de Dislipidemia em Crianças e Adolescentes

Convergência Total

Sistema Único de Saúde

Protocolo Ministério da Saúde

População-alvo
Todas as pessoas ≥10 anos (rastreamento universal com perfil lipídico completo); crianças 2-10 anos com histórico familiar de doença aterosclerótica prematura (homens <55 anos ou mulheres <65 anos) e/ou dislipidemia. Critérios laboratoriais sugestivos de HF desde 2017: CT≥230 mg/dL em crianças/adolescentes ou CT≥310 mg/dL em adultos
Método
Perfil lipídico completo (CT, LDL-c, HDL-c, TG, não-HDL-c). SBC 2025: coleta SEM jejum obrigatório (exceto se TG>440 mg/dL, repetir em jejum para confirmação). LDL-c, não-HDL-c, ApoB e Lp(a) têm valores similares com/sem jejum. Ponto de corte TG: 150 mg/dL (jejum) ou 175 mg/dL (não jejum)
Periodicidade
Universal aos 10 anos; repetir conforme estratificação de risco. HF: suspeitar se LDL-c >190 mg/dL não tratado ou LDL-c moderadamente elevado + histórico parental de DAC prematura ou LDL-c muito elevado. Rastreamento em CASCATA: testar todos parentes de 1º grau (50% chance), 2º grau (25%), 3º grau (12,5%) de casos-índice
Cobertura Atual
Crescente. Programa Hipercol Brasil facilita diagnóstico genético de HF mesmo em regiões distantes de centros especializados
Justificativa Técnica
Diretrizes SBC 2025 e Diretriz Brasileira de HF 2021 enfatizam detecção precoce via rastreamento universal aos 10 anos + rastreamento em cascata familiar. HF não tratada aumenta risco cardiovascular 20x. Estatinas a partir de 8 anos em HF confirmada reduzem eventos cardiovasculares prematuros na vida adulta. Programa Hipercol Brasil exemplifica rastreamento genético em cascata bem-sucedido.

Sociedades Médicas

SBCSBPSBDASBEM
População-alvo
Rastreamento universal ≥10 anos; rastreamento seletivo 2-10 anos com histórico familiar positivo, obesidade, hipertensão, diabetes, ou outras condições de risco. Rastreamento em cascata (CASCADE) é custo-efetivo e deve ser realizado em todos familiares de 1º grau de indivíduos com HF
Método
Perfil lipídico completo + ApoB (correlação forte com LDL-c, superior quando TG muito elevados) + Lp(a) ≥75 nmol/L ou ≥30 mg/dL (anormal, geneticamente determinado, dosar pelo menos uma vez na vida). Rastreamento genético quando mutação causadora identificada no caso-índice
Periodicidade
Universal aos 10 anos; anual para crianças com fatores de risco; monitoramento contínuo em HF. Rastreamento em cascata imediato após diagnóstico de caso-índice
Recomendação Detalhada
SBC 2025 reforça rastreamento universal infantil + rastreamento em cascata para HF. Enfoque: mudanças de estilo de vida (padrão alimentar cardioprotetor, atividade física, controle de peso, cessação tabagismo) como medida fundamental. Estatinas a partir de 8 anos em HF confirmada. Abordagem terapêutica escalonada: estatina → estatina + ezetimiba → estatina + ezetimiba + anti-PCSK9 (tripla pode reduzir LDL-c até 85%).
Análise de Convergência

Alta convergência entre SUS, SBC, SBP e Diretriz HF 2021. Consenso sobre: rastreamento universal aos 10 anos, rastreamento seletivo em crianças 2-10 anos com fatores de risco, rastreamento em cascata familiar (custo-efetivo), coleta sem jejum obrigatório, uso de estatinas a partir de 8 anos em HF. Alinhamento total sobre importância do diagnóstico precoce de HF para prevenção de eventos cardiovasculares prematuros.